A Ucrânia quer que a União Europeia inclua a empresa Rosatom da Rússia nas próximas medidas restritivas.

Por Pavel Polityuk – Escrito por Pavel Polityuk
Kyiv tem expectativas de que a União Europeia coloque a empresa estatal russa de energia nuclear Rosatom na lista de alvos para a próxima fase de sanções relacionadas à guerra na Ucrânia, conforme comunicado pelo primeiro-ministro Denys Shmyhal na segunda-feira.
Shmyhal afirmou após conversas em Kiev com Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia da União Europeia, que a Rússia deveria enfrentar consequências pelo conflito na Ucrânia há mais de 10 meses, especialmente no que diz respeito à sua indústria nuclear.
A central nuclear de Zaporizhzia, localizada no sudeste da Ucrânia, está sob ocupação russa desde março do ano passado. Recentemente, o presidente Vladimir Putin emitiu um decreto transferindo o controle da fábrica da empresa nuclear ucraniana Energoatom para uma subsidiária de Rosatom. As autoridades de Kiev consideram essa ação como um ato de roubo.
“Estamos colaborando de forma intensiva com nossos parceiros da Europa para oferecer assistência em quatro frentes: desmilitarização da usina nuclear de Zaporizhzhia, provisão de equipamentos elétricos, possibilidades de importação de eletricidade da União Europeia e imposição de sanções contra a Rússia”, comunicou Shmyhal através do aplicativo de mensagens Telegram.
Esperamos que o décimo conjunto de sanções da União Europeia inclua medidas restritivas direcionadas à indústria nuclear russa, em especial à empresa Rosatom. É necessário responsabilizar o agressor pelos ataques à indústria energética da Ucrânia e por crimes ambientais.
A União Europeia aumentou gradativamente as penalidades contra a Rússia devido ao conflito na Ucrânia, mas não tomou medidas punitivas diretas contra a Rosatom.
A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), que atua como o fiscal nuclear das Nações Unidas, tem demonstrado preocupação contínua em relação ao ataque à usina de Zaporizhzhia, com ambas as partes se acusando mutuamente.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sugeriu também a instauração de uma área de segurança nuclear ao redor da principal usina nuclear da Europa.

Shmyhal mencionou que ele e Timmermans, responsável pela política climática da UE, compartilharam a opinião de que a reconstrução da Ucrânia após a guerra deve seguir diretrizes ambientalmente sustentáveis.
Ele expressou gratidão a Timmermans por uma proposta de estabelecer uma parceria estratégica entre a Ucrânia e a União Europeia no âmbito dos gases renováveis, sem entrar em detalhes.